quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Felicidade

"Temos de procurar a nossa identidade através de um caminho cheio de opções. Se escolhemos um dos caminhos, deixamos outros para trás onde as opções teriam sido diferentes, talvez melhores, ou talvez piores, talvez tívessemos sido um pouco mais felizes, mas teríamos de ser sempre nós mesmos. Talvez o mistério da nossa felicidade esteja dentro de nós, no nosso âmago.
Com os anos e a experiência compreendi que a felicidade não depende do que se passa à nossa volta, mas sim do que se passa no interior do nosso coração. Que a felicidade se mede com a sensatez que enfrentamos os problemas da vida, e que sempre será uma situação de valentia, pois é mais fácil estar triste e deprimido. Mas a verdadeira felicidade (a que nos invade mente e alma) é um estado e como tal, devemos optar livremente por ela, não fazendo sempre o que queremos, mas querendo sempre o que fazemos.
Quando nascemos ninguém nos dá a receita da felicidade. Há milhões de receitas de comidas, de sobremesas, de perfumes, de medicamentos, mas quanto à felicidade não existe nem existirá nunca uma fórmula mágica que, aplicada a todos por igual, nos dê um resultado exacto. Cada ser humano cultiva-a dentro da sua alma com a força e coragem necessárias. Com a dose exacta para cada ser, que variará de acordo com as pessoas. Alguns necessitarão de mais alguns gramas de valentia, outros de sensatez, outros talvez de serenidade, outros de mais amor, alegria para condimentar com bondade misturada ao mesmo tempo. A receita somente existe para cada um de nós e não podemos aplicá-la a todos por igual.
A felicidade não é uma paragem à qual temos de chegar, uma meta, um horizonte. A felicidade é uma forma de estar na vida. Se a perseguirmos parece que nunca mais a alcançamos, é como a nossa própria sombra, que foge quando vamos atrás dela, mas quando chega, chega sem nos apercebermos e quando menos a esperamos."

Excerto do livro: "O Longo Caminho de Olga"

Sem comentários:

Enviar um comentário