
Ela estranha a sua declaração, pois não falam à muito tempo. Pergunta-lhe: Porquê agora, depois de quase um mês de silêncio?
Ele faz uma pausa, como que procurando as palavras certas, depois responde-lhe: Porque sinto a tua falta.
- Assim, de repente?
- Assim, de repente.
Ela confusa: Disseste que não me querias, lembras-te? Diz indignada.
-Não percebeste nada! Reclama ele.
- O que é que eu não percebi, exactamente? Foste muito claro: disseste-me acabou,não quero continuar contigo.
- E, desde essa altura, estou à espera que me ligues e que digas que me amas, e não ligaste...
- Porque disseste para não ligar!
- E depois? Isso impedia-te de me contrariar?
Ela emudece, baralhada.
Ele insiste: Não me querias?
- Claro que queria, sabias bem que sim.
- Então porque desististe tão facilmente?
- E tu, porque desististe?
- Eu não desisti, explica ele, só queria ter a certeza de que me amavas.
- Mas eu amava-te, eu amo-te, tu sabes.
- Mas preciso que me digas todos os dias, queria que não te importasses com o que te dizia e lutasses por mim.
- Rejeitaste-me só para eu lutar por ti...
- Era um teste, diz ele, para reforçar a nossa relação.
- E chumbei no teste.
- Claro que chumbaste.
- Gostava de perceber o que vai na tua cabeça.
- Não tentes, porque às vezes nem eu sei.
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